quarta-feira, 2 de abril de 2014

Solidão




Noite alta
Sublime, etérea.
Mil estrelas
A fulgurar
Na amplidão
De seu regaço
Estou só...
Sozinho,
Sem o calor,
Abrasador,
De teu olhar
Só amargura.
Solidão apenas.
Tudo quietude
Tudo envolvente
Mansidão aterradora.
Tangem chorosas
Ao longe...
Bem longe,
Num lamento
Vago, sincero
As cordas miraculosas
De um violino.
Pobre coração,
Apaixonado!
Ferido no âmago
Por alguém
Que um dia lhe
Pertenceu.
Hoje, triste,
Abandonado,
Maltratado,
Só lhe restam
Um violino
A lua e
Mil estrelas
A cintilar.


17-12-1961


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