Certa
vez te conheci,
Certa
vez te desejei
...
então eu te amava.
Tudo
era luz
Esplendor
Sonho.
Tudo
procurava
E
te encontrei:
Vida,
Amor,
Loucura.
Sorrir,
cantar,
Era
nossa vida.
Parti.
Desesperado,
mas parti.
O
destino
Implacável,
Bruto,
Cruel,
Nos
separou.
Eu
fui,
Tu
ficaste.
Eu
fui, fui tão só
Tão
só tu ficaste.
E
o sonho
Ruiu.
E
a vida
Acabou.
E
o amor,
O
amor... (ah! o amor!)
Não
sei,
Talvez sim, talvez não.
Quero
voltar
Preciso
voltar...
E
penso.
Choro
e penso.
Mas
o esplendor
De
outrora
Jamais
voltará.
E
choro e sofro,
Sofro...
choro.
Se
ainda me queres
Não
sei.
Não
sei se me amas
Ainda.
Meu
drama,
Meu
pranto.
Tentei
esquecer-te,
Jurei
esquecer-te,
Destino
cruel
De
ti
Faz
lembrar-me.
Outras
busquei.
Amá-las
tentei,
Diabo,
Nelas
te via.
A
elas beijei
Por
ti.
Juro,
Só
por ti.
Orgias,
amores comprados
Nas
noites escuras.
Meu
coração enganado
A
ti só pedia...
E
onde estavas?
Não
vinhas...
Amor...
paixão... loucura
Carinho...
tu.
Sinônimos,
Malditos
sinônimos
E
eu só aqui.
E
onde estás?
E
onde estás?
Por Deus
Volta
pra mim.
Não,
que digo?
Preciso
esquecer-te,
Preciso
esquecer-te.
Não
posso...
Não
consigo esquecer-te.
Não
devo lembrar-me
Nunca
lembrar-me
Dos
tempos de outrora,
De
ti...
De
nós.
Oh!
Como tudo era bom!
Feliz
e risonho...
Que
digo?
Preciso
esquecer-te.
O
dia...
O
dia virá
Em
que te esquecerei.
Mas
quando,
Quando,
meu Deus,
Que
não mais sofrerei?
Nunca,
nunca talvez.
O
destino
É
tão mau,
Detesta
A
mim.
Talvez
só a morte
De mim compadeça...
Bendita
amiga,
Tão
fria e amável,
Tão
trágica e tão boa.
Somos
tão sós,
Uma
temida,
Outro
esquecido,
A
morte e eu.
A
solidão eu mereço,
A
morte mereço
Pela
ousadia
De
ter-te amado.
Certa
vez te conheci.
Certa
vez te desejei
...
então eu te amava
E
tudo era luz...
Sonho.
Mas
o esplendor
De
outrora
Este
não
Este
não mais
Voltará.
28-04-1962
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