quinta-feira, 3 de abril de 2014

E Tudo Era Luz...




Certa vez te conheci,
Certa vez te desejei
... então eu te amava.
Tudo era luz
Esplendor
Sonho.
Tudo procurava
E te encontrei:
Vida,
Amor,
Loucura.
Sorrir, cantar,
Era nossa vida.

Parti.
Desesperado, mas parti.
O destino
Implacável,
Bruto,
Cruel,
Nos separou.
Eu fui,
Tu ficaste.
Eu fui, fui tão só
Tão só tu ficaste.
E o sonho
Ruiu.
E a vida
Acabou.
E o amor,
O amor... (ah! o amor!)
Não sei,
Talvez sim, talvez não.

Quero voltar
Preciso voltar...
E penso.
Choro e penso.
Mas o esplendor
De outrora
Jamais voltará.
E choro e sofro,
Sofro... choro.
Se ainda me queres
Não sei.
Não sei se me amas
Ainda.
Meu drama,
Meu pranto.


Tentei esquecer-te,
Jurei esquecer-te,
Destino cruel
De ti
Faz lembrar-me.
Outras busquei.
Amá-las tentei,
Diabo,
Nelas te via.
A elas beijei
Por ti.
Juro,
Só por ti.
Orgias, amores comprados
Nas noites escuras.
Meu coração enganado
A ti só pedia...
E onde estavas?
Não vinhas...

Amor... paixão... loucura
Carinho... tu.
Sinônimos,
Malditos sinônimos
E eu só aqui.
E onde estás?
E onde estás? 
Por Deus
Volta pra mim.

Não, que digo?
Preciso esquecer-te,
Preciso esquecer-te.
Não posso...
Não consigo esquecer-te.
Não devo lembrar-me
Nunca lembrar-me
Dos tempos de outrora,
De ti...
De nós.
Oh! Como tudo era bom!
Feliz e risonho...
Que digo?
Preciso esquecer-te.

O dia...
O dia virá
Em que te esquecerei.
Mas quando,
Quando, meu Deus,
Que não mais sofrerei?
Nunca, nunca talvez.
O destino
É tão mau,
Detesta
A mim.
Talvez só a morte 
De mim compadeça...
Bendita amiga,
Tão fria e amável,
Tão trágica e tão boa.
Somos tão sós,
Uma temida,
Outro esquecido,
A morte e eu.

A solidão eu mereço,
A morte mereço
Pela ousadia
De ter-te amado.
Certa vez te conheci.
Certa vez te desejei
... então eu te amava
E tudo era luz...
Sonho.
Mas o esplendor
De outrora
Este não
Este não mais
Voltará.



28-04-1962



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