quarta-feira, 2 de abril de 2014

Adeus



Uma lágrima que rola
Um lenço que se agita ao longe
Um aceno que se esvanece
Entre as saudades do passado
Um coração partido, ensanguentado,
Uma prece que sobe aos céus
Pedindo clemência e perdão
Desesperadamente a chorar
Por tê-la amado tanto
Por ter amado o impossível.

Oh! Mísero coração! Pobre infeliz!
Tu amaste tanto, tanto que
Tu te sufocaste em teu próprio amor.
E agora? Que tens tu? Que te resta?
Não, não devias ter tanto amado
Tu não poderias tê-la para ti.
Oh! Triste ironia! Fatalidade cruel!
Que triste adeus nesta hora de amargura!

A tarde vai morrendo
E com ela esta inglória vida.
É triste, é triste demais
Partir, e sentir tudo acabado
Tudo aquilo que queria
Tudo aquilo que amava.
É triste vê-la ao longe
A acenar, a chorar. É triste!
E entre aquelas meigas faces
Ainda sinto o ardor
De uma lágrima que rola.




7-08-1962


Nenhum comentário:

Postar um comentário