quarta-feira, 2 de abril de 2014

Nostalgia



Chove. Mansamente chove.
Lá fora o vento murmura
Como a dizer, soturnamente,
Que os céus estão em pranto, que
A Musa, desesperada, se pôs a soluçar.

Chove. E é noite. Noite chuvosa.
Noite escura e triste... e fria.
Chora a Musa, e com ela o vento.
E o vento a aflar em sua nostalgia.
Por que choras, ó Musa? Por que estás a soluçar?

Chove. E o vento continua.
Mensageiro do Além, que aqui deixa
A Nostalgia, essa doce tristeza, inexplicável,
Que me atormenta e em mim quer habitar.
E a noite é fria... e triste é a noite.




     27-08-1962

Nenhum comentário:

Postar um comentário