Arde
o sol,
Sobem
preces,
Surgem
cantos,
E
lamentos.
Negro
menino
De
triste olhar
Carrega
o fardo
Da
vida e do pão.
No
mercado sujo
Corre,
se afoba
Trabalha,
dá duro,
Sem
queixas, sem dor.
Seu
pago, tão pouco
Tão
pouca a força.
O
pão tão custoso
E
uma fé tão imensa
“Carregador,
carregador!”
Seu
lema, sua vida.
Carrega
de tudo,
Tristezas
também.
Dele
riem
Os
mais sortudos.
Dele
invejam
A
vontade audaz.
Da
tez escura
De
pai e de raça,
Mas
a alma, ah! esta,
Mais
pura que todos!
À
noite, de volta
Ao
rancho, cansado,
Ao
pai e à mãe
Reparte
o ganho.
E
estes sem dó
Em
troca lhe dão
Sovas,
escárnios
Pela
féria tão pouca.
E
chora escondido
O
negro menino.
Chora
baixinho
Pra
Deus só ouvir.
7-08-1963
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