quarta-feira, 2 de abril de 2014

Poema a Dores do Indaiá



Destas plagas mineiras,
Desta Serra da Saudade,
Destas colinas verdejantes,
Destas mansas ribeiras,
Onde domina a garça,
Onde esvoaçam os passarinhos,
Onde o simples é exuberante,
Eu te vejo em toda a tua magnitude,
Em toda a tua grandeza.
Dores do Indaiá!

Terra de bravos e de humildes.
Onde o forte impera,
Onde a natureza cai vencida
Perante a avalanche audaciosa
De sólidos pioneiros.
Onde a terra é rasgada
Pelo sulco do progresso,
Onde a esperança reina
E domina em cada alma.
Eu te vejo e te admiro.
Dores do Indaiá!

Terra imponente, terra de gigantes,
Terra de fortes e de bravos.
Tu já acolheste em teu solo,
Ó quinhão amado,
As botas rotas e dominadoras
De audazes bandeirantes,
Tu já presenciaste, há tempos,
O lamento de uma índia bela,
O choro de uma criancinha faminta,
Tendo aos pés o cadáver do pai,
Um tapuia valoroso, audaz,
Que ao te defender, ó paraíso,
Aqui tombou e a terra estremeceu.

Tu és de nobre estirpe, ó terra,
Tu és mãe do filho do protomártir,
Ó gloriosa terra, levanta.
Ó Dores do Indaiá querida,
Mostrai a tudo e a todos
O quanto és brava e valorosa.
Ó terra de heróis, soerguei!
Levantai o teu brando triunfante,
E então eu te verei
E admirar-te-ei ainda mais.
Dores do Indaiá!




21-12-1962

Um comentário:

  1. Boa tarde prezado Dr. Antônio. Como vai o senhor? Esse poema é de sua autoria? Grande Abraço!

    ResponderExcluir