Sofrer, amar. Oh! Dualismo cruel!
Palavras multimilenares e tão marcantes,
Tão inseparáveis, tão comuns, tão
profundas,
Tão fortes e... tão contrárias!
Sofrer e amar. Oh! Corriqueira ambiguidade!
Polos opostos de um éden magnífico.
É o antagonismo manifestado no humano.
É a força inevitável do destino!
Sofrer e amar. Oh! Que belo e que medonho!
Quem nunca amou ainda não sentiu
Na própria carne, a felicidade e a dor
De tão sublime e infernal fraqueza humana.
Sofrer e amar. Oh! Verdade mesquinha e
generosa!
Basta ser homem, basta ser humano
Para senti-los no seu amargo e doce gosto,
Na sua eterna e tão rápida permanência.
Sofrer e amar. É Deus e o demo de mãos
dadas,
É o divino e o diabólico na eterna
simbiose.
Mas se são inseparáveis, se são como o
foram Maria e José
Quero sofrer... e amar ainda mais.
27-08-1962
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